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Sono adequado: como o descanso influencia o desenvolvimento infantil

A quantidade de sono necessária varia significativamente conforme a idade, e compreender essas diferenças é fundamental para garantir o desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes. A Academia Americana de Medicina do Sono estabelece recomendações claras: bebês de 4 a 12 meses necessitam de 12 a 16 horas diárias, crianças de 1 a 2 anos precisam de 11 a 14 horas incluindo sonecas, pré-escolares de 3 a 5 anos devem dormir entre 10 e 13 horas, crianças de 6 a 12 anos necessitam de 9 a 12 horas por noite, e adolescentes de 13 a 18 anos precisam de 8 a 10 horas diárias. Essas diretrizes evidenciam que o descanso deve ser prioridade no cotidiano infantil. A necessidade diminui gradualmente conforme a criança cresce, mas em todos os estágios do desenvolvimento a qualidade e quantidade adequadas permanecem essenciais para o bom funcionamento do organismo. O crescimento acontece durante o sono Durante o estágio mais profundo do sono ocorre a maior produção do hormônio do crescimento, liberado pela glândula pituitária. Esse hormônio é responsável pela regeneração celular, pelo crescimento muscular e ósseo, além da manutenção adequada de tecidos e órgãos. Nos primeiros anos de vida, quando o corpo passa por crescimento acelerado, crianças que não dormem o suficiente podem sofrer atrasos no desenvolvimento ou apresentar estrutura óssea menos desenvolvida. Durante a adolescência, período marcado pelas transformações da puberdade, a produção adequada de hormônios durante o sono é igualmente fundamental para garantir o desenvolvimento saudável de músculos, ossos e outras estruturas corporais. Pesquisas apontam que a privação crônica compromete não apenas o crescimento físico, mas também aumenta a predisposição a doenças. O sono desempenha papel crucial na regulação do sistema imunológico. Durante o repouso o corpo libera citocinas, proteínas que combatem infecções e inflamações. Uma quantidade adequada fortalece as defesas naturais do organismo, tornando a criança mais resistente a doenças e infecções. Consolidação da memória e aprendizado Derval Fagundes de Oliveira, diretor do Colégio Anglo Salto, observa essa relação direta: "Quando os pais compreendem que o cérebro processa e organiza as informações adquiridas durante o dia justamente enquanto a criança dorme, fica claro por que o descanso adequado impacta tanto o desempenho escolar." A influência no processo de aprendizagem é indiscutível e cientificamente comprovada. Durante a noite o cérebro permanece ativo, processando e organizando as informações adquiridas ao longo do dia. Essa consolidação da memória é fundamental para o aprendizado efetivo, impactando diretamente a capacidade de atenção, o desempenho cognitivo e a resolução de problemas. Crianças e adolescentes que dormem adequadamente apresentam melhor desempenho escolar e maior capacidade de concentração. Por outro lado, a privação ou má qualidade pode afetar o rendimento acadêmico de diversas formas: dificuldade de concentração e foco, cansaço excessivo durante as aulas, irritabilidade e alterações de humor, rendimento abaixo do esperado em tarefas cognitivas, falhas na memória de curto e longo prazo, além de baixa motivação e desinteresse pelas atividades escolares. O cochilo, especialmente em crianças pequenas, é essencial para a consolidação da memória, da atenção executiva e o desenvolvimento de habilidades motoras. Durante o descanso ocorrem processos importantes de reparação neural e hormonal, fundamentais para que o cérebro organize todas as informações adquiridas. Não basta apenas ser exposto ao conhecimento – é preciso dormir adequadamente para incorporá-lo. Comportamento e equilíbrio emocional O sono exerce impacto direto no comportamento e na regulação emocional de crianças e adolescentes. Aqueles que dormem menos podem apresentar maior irritabilidade, mudanças de humor frequentes e maior dificuldade em controlar impulsos. A correlação entre falta de sono e o desenvolvimento de transtornos emocionais, como ansiedade e depressão, tem sido amplamente documentada pela literatura científica. A privação prolongada pode desencadear ou agravar distúrbios psicológicos, incluindo hiperatividade e déficit de atenção. A hiperatividade relacionada ao sono inadequado leva a um comportamento mais agitado e impulsivo durante o dia, o que é especialmente prejudicial para crianças em idade escolar, que podem ter dificuldades em seguir as regras da sala de aula e participar adequadamente de atividades em grupo. Um dos primeiros sintomas de uma noite mal dormida é a irritabilidade, que pode ser o início de uma série de problemas que afetam a qualidade de vida. Crianças que não descansam adequadamente apresentam déficit de atenção, dificuldades para sair da cama, sonolência durante as atividades diárias e problemas de concentração, impactando negativamente seu desenvolvimento social e acadêmico. Sinais de alerta e distúrbios comuns Estudos indicam que a quantidade e qualidade do sono se alteram conforme a idade, e os distúrbios são relativamente comuns em crianças. Entre as situações que costumam ocorrer estão despertares noturnos frequentes, terror noturno na idade escolar, insônia e sonambulismo na adolescência, alterações respiratórias durante o sono, bruxismo, além de distúrbios relacionados a condições neurológicas pré-existentes. Os sinais de que a qualidade não tem sido adequada incluem agitação durante a noite, dificuldade em adormecer, acordar frequentemente, irritabilidade durante o dia, dificuldades para sair da cama pela manhã, sonolência durante o expediente escolar e problemas de concentração em atividades que exigem atenção. Essas dificuldades podem interferir significativamente no desenvolvimento adequado e na saúde física da criança. Quando a criança apresenta distúrbios persistentes, é fundamental avaliar a rotina e o ambiente de descanso. Em casos de problemas contínuos que não se resolvem com ajustes na rotina, consultar um especialista pode ser necessário para identificar possíveis causas subjacentes e implementar intervenções apropriadas. Construindo hábitos saudáveis Estabelecer uma boa rotina de sono infantil envolve constância, afeto e alguns ajustes práticos no ambiente e nos hábitos familiares. A chamada higiene do sono – conjunto de práticas que favorecem o descanso adequado – tem se tornado cada vez mais reconhecida como fundamental para o desenvolvimento e desempenho acadêmico das crianças. O quarto deve ser escuro, silencioso e com temperatura adequada. Um ambiente acolhedor favorece o descanso e evita noites agitadas. O colchão deve ser confortável, a iluminação deve ser suave e, se necessário, podem ser usadas cortinas blackout para eliminar luminosidade externa. A temperatura não deve ser muito quente nem muito fria. Criar e manter horários fixos para dormir e acordar, mesmo aos finais de semana, é uma das práticas mais eficazes para regular o relógio biológico. Pesquisas demonstram que há de boa a forte comprovação do benefício de horários regulares para ir para a cama, especialmente para crianças mais novas e em idade escolar. Mesmo adolescentes se beneficiam quando os pais estabelecem regras sobre o sono. O ritual noturno e a tecnologia Estabelecer um ritual noturno sinaliza ao corpo que é hora de desacelerar e prepara a criança para dormir bem. Esse ritual pode incluir banho morno, leitura de um livro, conversa calma, música suave ou outras atividades relaxantes. Estudos indicam que rituais em geral são importantes, e práticas como jantar em família também podem ajudar adolescentes a dormir melhor. Evitar telas de tablets, smartphones, computadores e televisão antes de dormir é fundamental. A luz azul emitida por esses dispositivos prejudica a sonolência ao interferir na produção de melatonina, o hormônio que regula o sono. Pesquisas extensas demonstram sono melhor com a limitação do uso de tecnologia antes de dormir ou durante a noite. A luminosidade emitida pelas telas interfere no processo fisiológico do adormecer, pois a secreção de melatonina requer um ambiente escurecido. Recomenda-se evitar uso de telas em torno de uma hora antes do horário de dormir para crianças pequenas e no mínimo 30 minutos para adolescentes. Evitar atividades estimulantes como jogar videogames ou assistir filmes de ação antes de ir para a cama é especialmente importante para crianças em idade escolar. Alimentação e atividade física Evitar refeições pesadas ou açucaradas à noite é recomendável, optando por lanches leves e sem cafeína. Bebidas com cafeína ou alimentos ricos em açúcar podem dificultar o início do sono e devem ser evitados nas horas que antecedem o horário de dormir. Incentivar brincadeiras e exercícios durante o dia ajuda a estimular o sono reparador à noite. A prática regular de atividades físicas, sempre com devido acompanhamento profissional, faz com que o sono apareça naturalmente ao final do dia. Quando uma pessoa pratica atividade física, o corpo produz a homeostase, que é a estabilidade necessária para realizar suas funções adequadamente e manter o equilíbrio. A exposição à luz natural durante o dia também é importante, pois ajuda a regular o relógio biológico. É aconselhável ainda limitar os cochilos durante o dia até às 15 horas, com no máximo uma hora de duração, para não prejudicar o sono noturno. Responsabilidade compartilhada Promover uma boa rotina de sono infantil é uma responsabilidade compartilhada entre escola e família. Professores e cuidadores devem estar atentos aos sinais de sonolência, cansaço crônico e dificuldades de aprendizagem que podem estar relacionados à privação de sono. A escola pode desempenhar papel fundamental ao abordar o tema em sala de aula, promovendo atividades de educação para a saúde. Em casa, os adultos devem priorizar o sono na organização da rotina familiar. Isso pode significar ajustar horários de atividades extracurriculares, limitar compromissos noturnos e criar uma cultura familiar que valorize o descanso. Especialmente durante períodos de recesso escolar, quando é comum o desejo de virar a noite assistindo filmes ou jogando videogame, os especialistas alertam para a importância de manter uma rotina consistente. Desde o nascimento até aproximadamente 21 anos, o cérebro passa por um período de maturação. Todos os desenvolvimentos intelectuais envolvem um período de aquisição da informação e o tempo em que há o processamento dela. O sono é importante tanto para o processo de construção cognitiva quanto para a organização das informações adquiridas durante o dia. Para saber mais sobre sono, visite https://institutoneurosaber.com.br/artigos/a-influencia-do-sono-na-saude-e-aprendizado-das-criancas/ e https://institutoeducarmais.org/rotina-do-sono-das-criancas-qual-a-influencia-no-desempenho-escolar/  


Data: 28/11/2025

Leitura é a chave para formar estudantes preparados

Desenvolver a capacidade de leitura crítica nos estudantes representa muito mais do que ensiná-los a compreender o sentido literal das palavras. Trata-se de formar jovens capazes de estabelecer uma relação aprofundada com textos, percebendo que por trás de cada um existe um autor com intenções específicas, visão de mundo e contexto histórico. O leitor crítico não apenas decodifica símbolos, mas constrói significados, preenche lacunas, cria hipóteses e estabelece conexões com outros conhecimentos e experiências. Essa abordagem diferencia-se radicalmente da simples reprodução de informações, prática que por muito tempo foi considerada interpretação textual nas escolas brasileiras. A leitura crítica pressupõe a formação de sujeitos capazes de interagir com o mundo e nele atuar como cidadãos conscientes, preparados para intervir em seu meio quando necessário. Como o cérebro se beneficia da leitura Pesquisas científicas recentes comprovam que a leitura funciona como um verdadeiro exercício para o cérebro humano. Estudos da Universidade de Sussex demonstraram que ler ajuda a reduzir em até 68% os níveis de estresse, diminuindo a frequência cardíaca e aliviando a tensão muscular. Esse efeito relaxante ocorre porque, ao mergulhar em um texto envolvente, o leitor encontra uma pausa temporária das pressões cotidianas. Os benefícios não se limitam ao presente. Pesquisas apontam que o hábito de leitura pode proteger a mente contra doenças neurodegenerativas como demência e Alzheimer. A Universidade Emory descobriu que ler afeta o cérebro da mesma forma como se realmente tivéssemos vivenciado os eventos descritos nas páginas, aumentando as conexões neurais e fortalecendo a capacidade cognitiva. "A leitura crítica transforma o estudante em protagonista de seu próprio aprendizado, capacitando-o a questionar, analisar e construir conhecimento de forma autônoma", observa Derval Fagundes de Oliveira, diretor do Colégio Anglo Salto. Além dos aspectos neurológicos, a leitura desenvolve empatia. Ao colocar-se no lugar dos personagens e vivenciar suas emoções, o leitor desenvolve a capacidade de compreender melhor sentimentos e perspectivas alheias na vida real. Essa habilidade fortalece relacionamentos interpessoais e promove um senso de comunidade essencial para a convivência social. Responsabilidade compartilhada por todos os educadores A formação do leitor crítico não pode ser delegada exclusivamente a nenhuma disciplina específica. A leitura configura-se como instrumento de apropriação do conhecimento em todas as áreas, funcionando como ferramenta que permite aprender a aprender. Portanto, a responsabilidade de formar leitores é compartilhada por educadores de todas as disciplinas, não apenas de Língua Portuguesa. O professor assume papel de mediador fundamental nesse processo. Entretanto, formar um leitor crítico exige um educador que também se encaixe nesse perfil. Não é possível ao docente que não domina a leitura crítica exigir de seus alunos algo que ele próprio não utiliza ou não é capaz de fazer com autonomia. O educador precisa demonstrar entusiasmo pela leitura e apresentá-la como fundamental para a formação intelectual, servindo de modelo ao mostrar-se leitor ativo. Crianças e jovens tendem a se inspirar em modelos. Quando educadores e adultos próximos demonstram o prazer pela leitura e compartilham suas experiências com livros, os estudantes percebem a atividade como algo valioso. Cabe à escola criar situações de ensino-aprendizagem que contextualizem os conhecimentos que os estudantes já trazem e os que vão adquirindo, sem que haja ruptura. Estratégias eficazes para desenvolver o hábito Estabelecer rotinas de leitura dentro da sala de aula constitui uma das maneiras mais eficazes de estimular os estudantes. Quando a leitura se torna parte do cotidiano escolar, os alunos desenvolvem maior familiaridade com o hábito. Dedicar momentos regulares, como quinze a vinte minutos diários, pode ser integrado ao ambiente de forma natural. Esse momento precisa ser acolhedor, para que os alunos se sintam confortáveis em compartilhar suas experiências leitoras. A leitura em voz alta representa uma ferramenta poderosa para aprimorar fluência e compreensão textual. Quando bem aplicada, essa prática ajuda os estudantes a se expressarem com clareza e a desenvolverem habilidades de interpretação. O uso de pausas estratégicas, trabalho com entonação e exercícios de leitura para um colega desenvolvem confiança, criando momentos para identificar potencialidades e pontos de melhoria. A criação de clubes de leitura incentiva o hábito de forma dinâmica e colaborativa, permitindo que os alunos compartilhem opiniões, sentimentos e interpretações sobre obras literárias. Esse formato transforma a leitura em atividade social, criando espaços para troca de ideias, discussão de personagens e enredos, e desenvolvimento da habilidade de argumentação. Os estudantes aprendem a respeitar opiniões divergentes e a justificar seus próprios pontos de vista, competências essenciais para a vida em sociedade. É fundamental permitir que os estudantes escolham suas próprias leituras sem a pressão de cronogramas rígidos ou avaliação imediata. A leitura deve ser uma atividade prazerosa, não uma tarefa obrigatória. Oferecer liberdade para que escolham os livros que mais os atraem incentiva a curiosidade e o hábito. Ao selecionar obras, é importante considerar os interesses dos jovens, escolhendo livros que abordem temas próximos à sua realidade. Obras que tratam de aventuras, fantasia, mistério, romances ou questões sociais relevantes tendem a engajar mais efetivamente os leitores adolescentes. Conexão entre leitura e mundo contemporâneo O trabalho com leitura crítica no Ensino Médio ganha relevância especial quando conectado às atualidades e ao contexto social no qual os estudantes estão inseridos. Textos que dialoguem com o mundo contemporâneo permitem que estabeleçam relações entre o que leem e o que vivenciam. Jornais, revistas, artigos digitais, documentários e outras mídias podem ser incorporados ao trabalho pedagógico, ampliando o repertório dos estudantes. Quando o estudante percebe que a leitura o capacita a entender melhor o mundo à sua volta e a posicionar-se criticamente diante dos acontecimentos, o ato de ler adquire significado real. Discutir temas como sustentabilidade, direitos humanos, avanços tecnológicos e desafios sociais por meio de textos diversos prepara os jovens para compreender fenômenos complexos e tomar decisões informadas. Parceria entre escola e família A promoção da leitura não pode ser responsabilidade exclusiva da escola. Deve existir uma parceria entre instituição de ensino e família. Estudantes oriundos de ambientes onde não circulam jornais, revistas e livros apresentam dificuldades que outros não enfrentam. O contexto social, cultural e econômico no qual o leitor está inserido influencia diretamente sua relação com a leitura. Sensibilizar as famílias sobre a importância de criar ambientes favoráveis à leitura em casa constitui estratégia fundamental. Criar espaços confortáveis e convidativos, com boa iluminação e variedade de livros acessíveis, estimula o gosto pela prática. Embora a existência de biblioteca seja importante, o mais fundamental é o trabalho que se realiza com a leitura e as atividades que seduzem os alunos para o hábito. A leitura crítica configura-se como exercício de cidadania que forma sujeitos capazes de compreender, questionar e transformar sua realidade. Ser leitor é condição para a verdadeira ação cultural, atividade que contribui para a formação integral e determina a capacidade de atuação no meio sociocultural. Tão importante quanto aprender a compreender é utilizar essa compreensão para tornar-se uma pessoa apta a exercer sua cidadania e fazer parte do mundo contemporâneo. Para saber mais sobre leitura, visite https://institutoayrtonsenna.org.br/atividades-de-leitura-5-dicas-para-aprimorar-a-habilidade-em-sala-de-aula/ e  https://institutobiofao.org.br/blog/o-poder-da-literatura/   


Data: 24/11/2025

Alfabetização emocional e desenvolvimento infantil na escola

Reconhecer o que aperta no peito, dar nome ao que incomoda e escolher como responder em vez de apenas reagir são habilidades que transformam a experiência escolar das crianças. A alfabetização emocional funciona como o aprendizado das letras e sons, mas voltada para o mundo interno. Crianças que aprendem a identificar seus sentimentos apresentam melhor desempenho acadêmico, mais facilidade para manter vínculos e maior capacidade de persistir diante de desafios. Emoções atuam como um painel de controle que avisa necessidades, protege de riscos e aproxima pessoas. Medo sinaliza cautela, raiva denuncia limites violados, tristeza pede acolhimento e alegria indica segurança. Sem educação emocional, esses sinais chegam confusos e o comportamento se desorganiza. Com orientação adequada, o estudante interpreta o que sente, regula a intensidade e preserva relações importantes para seu desenvolvimento. Construindo vocabulário afetivo desde cedo Crianças pequenas costumam usar rótulos amplos como feliz, bravo e triste para descrever tudo o que experimentam. Ampliar esse repertório permite calibrar respostas de forma mais precisa. Há diferença entre irritação, frustração e raiva intensa. Também há diferença entre nervosismo e ansiedade, entre susto e medo prolongado. Quanto mais precisa for a palavra, mais clara fica a necessidade. O aluno que diz estar frustrado porque não conseguiu terminar a atividade recebe ajuda diferente daquele que está ansioso com uma apresentação oral. No primeiro caso, dividir a tarefa em etapas menores resolve o problema. No segundo, ensaio e técnicas de respiração funcionam melhor. Adultos que verbalizam o que sentem ensinam sem discursos elaborados. Frases simples como "estou tenso com o barulho, vou respirar e baixar a voz" oferecem modelos concretos que as crianças observam e imitam. A literatura infantil complementa esse aprendizado ao apresentar personagens que sentem medo, ciúme, culpa ou coragem, permitindo conversas seguras sobre emoções complexas. Segurança emocional A previsibilidade diminui ansiedade e libera energia para aprender. Regras simples sobre como pedir a palavra, formar duplas e buscar ajuda organizam a convivência e reduzem conflitos desnecessários. Quando a rotina é clara e as expectativas são conhecidas, o aluno se sente seguro para experimentar e se expressar. "A escola que investe em alfabetização emocional cria condições para que o estudante compreenda seus próprios processos internos e desenvolva ferramentas práticas de autorregulação", afirma Derval Fagundes de Oliveira, diretor do Colégio Anglo Salto. Exigência calibrada evita tédio e desespero. Tarefas desafiadoras, porém possíveis, estimulam concentração e proporcionam experiências de competência que protegem contra a desistência. Esse equilíbrio permite que cada estudante avance no próprio ritmo sem se sentir sobrecarregado. Ferramentas práticas de autorregulação Aprender a observar o corpo e ligar sensações físicas a emoções específicas reduz a surpresa diante das próprias reações. Coração acelerado, mãos suadas e respiração curta indicam ativação emocional. Esse mapeamento corporal pode ser ensinado em pequenas doses diárias, tornando-se parte natural da rotina escolar. Respirar pelo nariz de modo lento e rítmico diminui a frequência cardíaca e devolve foco mental. Duas ou três repetições já mudam o estado emocional. Fazer uma pausa curta antes de responder evita reações impulsivas. Esses micro aprendizados, repetidos com consistência, constroem uma base sólida de autocontrole. Alongamentos leves, música em volume baixo para marcar transições e desenho livre por dois minutos organizam a atenção. Tudo é feito com propósito e tempo curto para caber no planejamento sem sacrificar conteúdos acadêmicos. Check-in emocional e metacognição Um começo de aula com check-in rápido permite que os alunos indiquem como chegam naquele dia. Pode ser com cartões coloridos, rodas de emoções ou frases curtas. A turma aprende a validar respostas diferentes e o professor ajusta o ritmo se percebe tensão generalizada. Ao final da aula, um check-out funciona como retorno. Os estudantes refletem sobre o que facilitou a concentração, o que atrapalhou e o que podem tentar no dia seguinte. Esse ciclo treina metacognição e coloca o aluno como agente do próprio estudo, desenvolvendo consciência sobre seus processos de aprendizagem. Mediação de conflitos como oportunidade educativa A neutralidade na mediação impede rótulos e abre espaço para diálogo genuíno. O objetivo é entender o que cada envolvido sentiu, o que precisava e o que pode fazer a partir de agora. Agressões têm consequências definidas, mas essas consequências vêm acompanhadas de reflexão e reparação. A mediação entre colegas pode ser treinada com estudantes mais velhos. O programa prepara um grupo para acompanhar conversas em conflitos leves, ensinando-os a escutar sem julgar e conduzir acordos simples. Ao conduzir esses diálogos, os estudantes mediadores fortalecem o próprio repertório emocional e melhoram o senso de pertencimento. Empatia como fundamento das relações escolares Empatia não significa concordar com tudo, mas reconhecer a experiência do outro e levá-la em conta ao decidir. A criança que se sente compreendida tende a aderir mais aos combinados estabelecidos. Um adulto que acolhe a frustração do aluno e aponta caminhos ensina que sentimentos são válidos e escolhas têm efeitos. O professor que ajusta o tom e mantém a calma comunica segurança. A autorregulação do educador é fundamental para sustentar a autorregulação dos estudantes. A turma aprende que é possível divergir sem humilhar e que cada pessoa carrega batalhas invisíveis. Expressão criativa e regulação emocional Arte, teatro e escrita curta permitem que a criança projete sentimentos e recupere o equilíbrio emocional. A educação física tem potência específica nesse processo. Ao competir, a criança lida com erro, frustração e euforia. Essas situações se transformam em laboratório quando se discute regras, fair play e gestão de expectativas. A alfabetização emocional também aprofunda a compreensão dos próprios conteúdos escolares. Em literatura, interpretar personagens passa por entender sentimentos. Em história, analisar decisões coletivas exige perceber medos e esperanças de grupos. Em ciências, atividades em equipe pedem comunicação clara e negociação. Parceria entre família e escola Em casa, responsáveis validam emoções e conversam sobre fatos e sentimentos. Perguntas simples abrem caminho: o que você sentiu quando aquilo aconteceu? O que ajudaria a lidar melhor? Essas conversas fortalecem o vínculo e ensinam que todas as emoções são legítimas. Rotina de sono, alimentação e tempo de tela afeta diretamente a capacidade de regular humor e atenção. Crianças descansadas toleram frustração com mais facilidade e aprendem mais. Quando a escola chama para conversar, a intenção é somar informações e alinhar estratégias. A consistência entre casa e escola acelera resultados. Isolamento repentino, oscilações intensas de humor e quedas grandes de rendimento pedem avaliação especializada. O encaminhamento correto protege a criança e sustenta o trabalho pedagógico. Impacto direto no aprendizado acadêmico Concentrar exige que o cérebro desative distrações internas. Se o aluno está tomado por ansiedade ou raiva, as funções executivas perdem eficiência. Ao aprender a nomear o que sente e usar técnicas de regulação, o estudante recupera a atenção para a tarefa. A memória de trabalho agradece e a retenção aumenta. O clima da sala melhora, as interrupções diminuem e o tempo ativo de aprendizagem cresce. Em avaliações, alunos que dominam estratégias de autorregulação tendem a organizar melhor o estudo, planejar o tempo e persistir em problemas desafiadores. Para saber mais sobre alfabetização emocional, visite https://institutoneurosaber.com.br/artigos/5-estrategias-de-regulacao-emocional-infantil/ e https://www.dwemediacao.com.br/post/saber-lidar-com-os-pr%C3%B3prios-sentimentos-%C3%A9-uma-li%C3%A7%C3%A3o-que-deve-ser-ensinada-%C3%A0s-crian%C3%A7as  


Data: 21/11/2025

Anglo Salto

Por que estudar na nossa Escola?

Com muita alegria, os alunos do Ensino Fundamental I (1º ao 5º ano) do Colégio Anglo Cidade de Salto receberam os familiares e amigos para a realização da Noite dos Pais. O evento, com decoração de máscaras, teve como objetivo celebrar o programa “Líder em Mim” em nossa escola e apresentar os 8 hábitos de maneira dinâmica e significativa.

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Nossa Escola, o Colégio

Para nós, uma educação de excelência se faz com ótimos professores, com um material didático de ponta, com um ambiente de aprendizagem estimulante e confortável, com acolhimento e com projetos eficientes. Desde que tudo isso esteja junto.

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